O novo coronavírus (Covid-19) atingiu milhões de pessoas em todo o mundo e o medo do contágio causou a necessidade de confinamento da população em diversos países, dentre eles o Brasil.
A pandemia provocou grande preocupação com a saúde e a economia, mas também deu causa ao aumento da violência doméstica e familiar sofrida por mulheres e crianças que, diante da necessidade de isolamento em seus lares, passaram a conviver dia e noite com seus agressores.
O isolamento social, embora uma das mais importantes medidas de precaução contra a Covid-19, tem propiciado mais riscos às mulheres que vivem em situações de violência doméstica – afinal, as famílias estão todas vivendo sob o mesmo espaço por mais tempo.
Em meio à pandemia, muitas mulheres acabaram se vendo confinadas com seus agressores ou perderam o contato com sua rede de apoio, que, muitas vezes, auxilia na denúncia da violência sofrida ou no próprio acolhimento das vítimas.
Situações que normalmente já são ocultadas e dissimuladas, como as agressões físicas e psicológicas no ambiente doméstico, além dos estupros e assédios de toda ordem, acabaram ficando ainda mais escondidas também em decorrência da suspensão de serviços prestados por instituições de acolhimento a vítimas de violência doméstica.
Isoladas dentro de casa, muitas mulheres sequer conseguem sair da residência para fazer uma denúncia, o que acaba comprometendo suas vidas em todas as circunstâncias (como mental, emocional e física), e, ainda, possibilitando um possível cenário de tragédia – o feminicídio.
Desde a maior vulnerabilidade no mercado de trabalho até as situações de violência doméstica e feminicídio, a pandemia escancarou a necessidade da elaboração de políticas de segurança para as mulheres considerando os mais diferentes tipos de opressão e desigualdade às quais estão sujeitas.
Violência doméstica e familiar contra a mulher: Ligue 180
Artigo escrito pela advogada Ana Carolina Machado Moraes Grimaldi